O privilégio que é ter quem se tem
18 de março de 2025
Há duas semanas eu comecei a assistir uma série chamada Firefly Lane, mas que em português chamaram de Amigas para Sempre. Hã? Kkkk
(esse post contém spoiler da série 🙈)
Foi essa tradução boba que me fez escolher essa série, que trata da amizade de anos de duas amigas que se amam muito. Uma escolha também pautada em uma certa identificação, por ter "uma amiga para sempre" na minha vida, a Jhe, desde 2003.
Na série, uma mais calma, tímida, inteligente e centrada. Outra mais extrovertida, sem noção, vida louca, centro das atenções. Características que vejo em mim e na Jhe, mas de forma mais mesclada que o que a gente vê na série. Uma que errou mais e a outra menos... aqui, eu diria que os maiores erros foram meus, mas se bem conheço a Jhe, ela deve pensar que esse título é dela 😂
É sobre uma amizade que teve discussões, afastamentos, brigas e muito amor. Assim como a minha amizade. Duas pessoas que se amam, se admiram, e que não deixam de dizer e reforçar isso sempre que podem.
Não sabia eu que o último episódio ia retratar a morte de alguém. Uma morte serena, leve, assim como a que vivenciei a menos de um mês, da minha avó. Também a retratação da tristeza das pessoas que estavam ao lado de quem está morrendo, por quererem viver mais daquilo que se tinha.
E, coincidentemente ou não, hoje faz um mês que fui para Guaratuba buscar minha avó (que estava na casa da minha tia) para trazer para Curitiba e levá-la em um médico, na tentativa de obter um diagnóstico e trazer energia para aquele corpo que já estava se despedindo (mas que eu não sabia que era um caminho de despedida, um estado tão grave, dada a rapidez dos acontecimentos). Foram só mais 6 dias até que aquele corpo, cansado, virasse apenas matéria.
A morte é um dia que vale a pena viver porque faz a gente lembrar que o momento presente é aquilo de mais precioso que temos na vida. Escutei em um podcast a médica Ana Claudia Quintana fazendo uma pergunta: "pense em alguém que você amou muito e que não tem mais na sua vida, seja porque essa pessoa mora longe, houve um rompimento de relação ou porque ela morreu. Se eu pudesse te dar, hoje, 5 minutos com essa pessoa, você aceitaria?"
A resposta é sempre um sim. Então, porque quando temos esses 5 minutos, no presente, no agora, não damos tanto valor a ele?
Duas mortes: uma real, uma na ficção. Talvez a energia da vida me trazendo, através da minha amizade com a Jhe, a vontade de assistir uma série que ia me colocar novamente no meu processo de luto, que ficou de lado por conta de semanas cheias de trabalho. Tem quem vá dizer que não existe essa "energia" e que isso é coisa sem sentido da minha cabeça, mas pra mim, coincidências não existem...
Tem também quem vá chamar essa "energia" de Deus.
Eu vivo um momento de dores, mas esse momento também me tem me feito perceber que eu tenho tanta, tanta sorte nessa vida por ter (e ter tido) quem eu tenho 💜


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